Rádio Rhema Online

quinta-feira, 4 de março de 2010

A LIÇÃO DA ARANHA E DA ANDORINHA...

Hoje pela manhã vivi uma experiência inusitada, da qual participaram meus filhos Rodrigo (14) e Leonardo (15).

Tudo aconteceu de forma repentina e num curto espaço de tempo – não havia muito sobre o que refletir, então deixei o instinto paterno falar mais alto.

Por volta
das 10h30 meu filho Rodrigo chegou ao meu local de trabalho com a seguinte indagação – bem típica da mente curiosa de um adolescente:

“_ Pai, uma aranha pode matar um passarinho?”

"_ Bem
– respondi de súbito –, dependendo do tamanho do passarinho, e também da aranha, sim. Por quê, você viu algum passarinho em apuros?"

“_ Sim! Lá na garagem de casa, onde aquela aranha grande armou sua teia.”


"_ Era um pardalzinho ou um beija flor?"
– perguntei.

“_ Não sei. Era preto e branco. Estava com uma das asas e as costas presas pela teia, e havia outro igual a ele na árvore desesperado sem saber o que fazer.”


"_ Provavelmente uma andorinha
– conclui. E você tentou libertá-la? Se é que a aranha já não 'picou' a pobre coitada."

“_ Não dava, pai; estava muito alto.”


"_ Bem, procure uma vara ou um cabo de vassoura e veja se consegue libertá-la."


“_ Mas se ela cair daquela altura com as asas presas com certeza vai morrer ‘estatelada’.”


"_ É, pode ser, mas pelo menos você tentou. Se ela cair se debatendo, tente pegá-la; limpe suas asas e depois solte-a. Se ela não foi envenenada pela aranha com certeza irá voar."


“_ Ok, pai. Vou tentar!”


E partiu
esperançoso.

Passados
cinco minutos fui à esquina – de onde estava era possível avistar a entrada de casa –, e pude ver o adolescente com uma vassoura na mão, os olhos fitos nos céus e duas andorinhas que voavam num semicírculo baixo; até que ganharam as alturas e partiram.

De súbito
ele olhou em minha direção e, sem dizer uma só palavra, abriu um largo sorriso apontando com o indicador para o céu.

Pude ler
em seu singelo gesto: “PAI, A ANDORINHA ESTÁ SALVA!”

Mais tarde
ele me relatou o procedimento do resgate que envolveu a participação de seu irmão de 15 anos e de um primo (13), os quais auxiliaram segurando um pequeno tapete para o caso de o pássaro vir a cair diretamente ao solo, enquanto ele, com uma vassoura, desfazia as bases da enorme teia que prendia a ave. Uma espécie de OPERAÇÃO RESGATE!

Feito isso
, o animal teria ficado pendurado ainda por alguns segundos, enquanto a mortal aranha observava, em posição de ataque, a frenética luta da ave para livrar-se dos pegajosos fios de teia do aracnídeo. Uma LUTA PELA VIDA!

De repente
a andorinha caiu! E antes mesmo que pudesse tocar o tapete que a aguardava, planou num vôo rasante, ganhando aos poucos as alturas, acompanhada de sua fiel parceira (o), até desaparecerem em meio às casas e árvores arrabaldes.

A despeito
da intervenção na cadeia alimentar e no equilíbrio ecológico – se bem que aranhas são petiscos altamente apreciados por pássaros –, senti-me agraciado pelas lições que pude aprender com o evento envolvendo a ARANHA, a ANDORINHA, EU, meus FILHOS e meu SOBRINHO.

1. Não importa
o tamanho ou a forma como o inimigo se apresenta; devemos estar sempre atentos para não sermos surpreendidos e pegos em laços mortais;

2. Não é bom
estarmos sós; contar com a companhia de um amigo em quem possamos confiar será crucial em alguns momentos de nossas vidas; sabendo, porém, que mesmo que ele não possa de fato nos livrar do perigo, fará todo o possível para chamar a atenção de outros que o possam. Um verdadeiro amigo nunca nos abandona;

3. Nunca devemos
virar as costas ou abandonar os que clamam por socorro, seja em seu favor ou de terceiros, principalmente daqueles que estão em perigo de morte, sabendo que um dia poderemos nos encontrar em situação semelhante;

4. Nunca é tarde
para livrar os que estão condenados à morte ou que rumam para ela, ainda que nos pareça inútil qualquer tentativa de fazê-lo. Um simples estender de mão poderá ser vital;

5. Não devemos
dirigir nosso foco diretamente para o inimigo, conquanto saibamos que ele está à espreita, mas sim para aquele que por alguma razão se viu embaraçado em suas armadilhas. Quanto mais rápido e sabiamente agirmos, maiores serão as probabilidades de salvá-lo do perigo;

6. Não devemos
nos julgar impotentes diante dos desafios; tampouco auto-suficientes. Reconhecer nossas limitações e buscar auxílio para a execução de tarefas que poderiam momentânea nos colocar em evidência (autopromoção) demonstrará muito mais que um simples gesto de humildade, mas de confiança naqueles que nos acercam;

7. Praticarmos
a boa obra sem esperarmos reconhecimento e regozijarmo-nos do resultado positivo ainda que o beneficiado não retorne ou não possa, por limitações físicas, culturais, biológicas etc. retornar para nos agradecer, será o grande desafio, diante do qual, ainda que tentados, não devemos abdicar de nossa missão: SALVAR VIDAS!

8. Ainda que
de forma limitada, as decisões que tomamos e o rumo que damos às nossas vidas são determinantes para o viver ou morrer daqueles que nos acercam. É tudo uma questão de oportunidade e escolha. Que o Senhor nos ajude, para que tais decisões sejam guiadas pelo Espírito Santo, para a glória do Seu nome!

9. Por fim, devemos
estar atentos às oportunidades diárias que o CRIADOR nos proporciona para aprendermos com ELE, muitas das quais no âmbito familiar. Nesse sentido, a troca de experiências entre pais e filhos, deva ser, talvez, a melhor forma de compreendermos e aprimorarmos o nosso relacionamento com DEUS, nosso pai.

Infelizmente muitos pais por negligenciarem a atenção e o companheirismo que deveriam compartilhar com seus filhos, deixam passar momentos sublimes como o que vivi hoje e jamais terão na velhice uma história para contar. Que o ETERNO tenha misericórdia destes.

Ah, a aranha permanece lá, vivinha, se alimentando de insetos que rondam nossa casa. As andorinhas também, indo e vindo em vôos sincronizados, alegrando nossas tardes de verão!

Prossigo (aprendendo) para o Alvo... Fp. 3:14

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