Os Jogos Olímpicos de Pequim 2008 iniciados nesta semana me levaram a uma reflexão a qual gostaria de compartilhar com os amigos e irmãos leitores do Prossigo para o Alvo.
“Por que muitas igrejas ainda hoje resistem em apoiar, incentivar e patrocinar as práticas desportivas e recreativas como forma de oferecer aos milhares de jovens cristãos a oportunidade de uma vida digna, saudável e promissora?”
Se considerarmos que são, sobretudo, as camadas mais pobres da sociedade aquelas atingidas pelo evangelho que anunciamos (basta considerarmos o número de crentes pobres no Brasil e no mundo), não seria de se pensar que o esporte é uma excelente ferramenta com a qual poderíamos trabalhar a recolocação, reestruturação e projeção de uma nova vida para a juventude outrora sem Deus?
Que muitas instituições, clubes, empresas e investidores o façam isso nós já sabemos. Mas e quanto a Igreja? Onde fica o papel social do qual temos nos furtado por anos?
Não falo da assistência social denominada “Campanha do Quilo” - muito comum em nossos Cultos de Santa Ceia - com a qual atendemos as famílias carentes da igreja (e bota carentes nisso)... Falo de algo maior, mais representativo, mais dinâmico, mais duradouro, mais promissor (para aqueles a serem beneficiados, é claro!)... Falo de Educação, Profissionalismo e Esperança.
Não tenho dados concretos, portanto sou levado à conjectura e especulações. Mas pensemos em quantas dezenas de milhares de jovens que vêm a Cristo anualmente, sedentos e esperançosos de uma vida melhor, não abandonam o Evangelho por não encontrarem ou vislumbrarem apoio necessários para suas novas trajetórias cristãs.
Muitos deixaram as drogas, os relacionamentos lascivos, a marginalidade, impactados pela Palavra da Vida, na esperança de um novo viver em Cristo e necessitados de um apoio familiar (afinal somos todos irmãos)... E embora encontrassem conforto junto à nova família cristã, vêem-se perdidos quando se trata de uma perspectiva de vida futura (terrena).
Eu poderia ir além e falar da falta de abrigos para mendigos e andarilhos; de casa de recuperação para dependentes químicos; de asilos para idosos abandonados; de hospitais; amparos maternais etc. Mas quero me ater ao incentivo às práticas desportivas, seja como instrumento de educação, inclusão social e saúde, seja no âmbito profissional – como um meio de sobrevivência.
São raras as igrejas evangélicas que adotam os esportes em seus programas educativos com jovens e adolescentes... E não raras aquelas que ainda “excluem” os que procuram tais atividades.
Lembro-me de quanto jovem ter ouvido que devíamos nos desviar de tais práticas, sob o argumento de que estas personificavam os desejos e os prazeres carnais que afastam o jovem cristão dos caminhos do Senhor e das coisas espirituais. Muitos desses argumentos eram tomados “a fórceps” de textos sagrados tais como: “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo a servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” (1Co.9:27); “Digo, porém: Andai no Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis... E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gl.5:16;24 e 25).
Alguns chegavam (e ainda chegam) ao cúmulo de dizer que a busca por tais esportes – principalmente aqueles de maior projeção profissional, como o futebol – tinha sua origem em influências satânicas, por estar ligada a ambições sociais e econômicas.
Daí eu pergunto: "Não têm ambições sociais e econômicas pastores, missionários e pregadores ‘renomados’ que investem na projeção de suas imagens em vídeos de mensagens pregadas e gravadas em DVDs? Empresários que investem no mercado fonográfico, editorial, gráfico e outros ditos evangélicos? Produtores, atores, modelos e outros profissionais da cinematografia evangélica?"
Por que então não investirmos na educação e preparação desses milhares de jovens cristãos com potencial incalculável para as práticas desportivas, tendo como patrocinadoras igrejas, empresas e investidores cristãos? Será que com isso estaríamos desviando o foco de nossa missão? Ou não seria possível cumprir o “IDE” de Jesus também por meio da divulgação e propagação do evangelho e da obra redentora através do caráter ímpar desses jovens à serviço do Mestre?
Imaginar que o convívio com outros jovens não crentes e com o “sub-mundo corrupto" dos esportes, afastaria o jovem de Cristo e de Sua Palavra, seria o mesmo que fadar todo jovem cristão a não ingressar nos bancos acadêmicos ou a trabalhar para empresários e patrões não cristãos sob o mesmo pretexto. O que seria o cúmulo da ignorância!
Certamente que a mesma disciplina exigida pelos praticantes de modalidades desportivas olímpicas, quando aplicadas ao estudo sistemático da palavra de Deus e a uma vida constante de oração e consagração ao Senhor, fará do jovem desportista cristão um instrumento de transformação nas vidas daqueles que o cercam; e não o contrário.
Que o Senhor abençoe e proteja nossos Atletas de Cristo que competem nas Olimpíadas de Pequim, a fim de que possam representar bem o Brasil e arvorar juntamente com o pendão de nossa pátria amada, a bandeira do evangelho, num país onde milhares de cristãos sofrem implacável perseguição por amor a Cristo.
Quer ganhem ou não medalhas nossos Atletas Olímpicos Cristãos já são mais do que vencedores por aquele que nos amou.
Para eles deixo Fp. 3: 12-21:
"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo. Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as
coisas."
Prossigo para o Alvo... Fp. 3:14... em Pequim!
As imagens aqui postadas foram extraídas do portal http://eptv.globo.com/olimpiadas/historia.asp e são de propriedade intelectual de seus criadores.
Rádio Rhema Online
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
ATLETAS DE CRISTO EM PEQUIM...
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1 comentários:
Caro Robson,
A Paz do Senhor!
Parabéns pela excelência da abordagem e clareza na exposiçlão de tão importante assunto.
Minha opinião pessoal, é um tanto ordoxa concernente a igreja se ater à sua vocação principal.
Observo inclusive que, algumas igrejas tradicionais, no passado já investiram nessa área, porém não obtiveram grandes êxitos em termos de resultados, o que também não justifica nossa inoperância nas questões sociais, até porque a Bíblia nos orienta que a fé sem obras é morta.
O que entendo é que precisamos de equilíbrio e não podemos mais usar de atitudes radicais e discriminatórias, quando jovens despontam vocações para atividades esportivas puras, não me refiro aquelas que tenham motivações estranhas ou de cunho espiritual.
Hoje já não se justifica radicalismos quando temos exemplos de testemunho de vida cristã, em profissionais e ícones do esporte brasileiro, como por exemplo, o jogador Kaká.
Que o Senhor nos dê sabedoria para pastoreá-los com inteligência e discernimento espiritual, no sentido de que sejam formados para darem testemunho de sua fé onde estiverem.
Muitos no passado, por conta da discriminação, não deram um bom testemunho do evangeho e ainda por decepção abandonaram a fé.
Com admiração pelo seu tabalho,
Um grande abraço do seu conservo em Cristo,
Pr. Carlos Roberto
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