Diante das muitas notícias veiculadas esta semana na(s) mídia(s) em torno da chamada “Lei da homofobia”, decidi trazer a público algumas experiências pessoais de homoafetividade.
Antes, é importante que se faça notório aos amigos blogueiros, visitantes extemporâneos, e outros navegantes de plantão que: este blogueiro é casado civil e religiosamente com a fêmea Vera Carvalho, com quem está em estado marital ativo, permanente, pleno e exclusivo há 17 anos, 7 meses e 22 dias.
Mas voltemos às minhas experiências.
1) Em meados de 1987 – mais especificamente na terceira semana de setembro daquele ano – fui abordado uma noite em frente à casa de uma amiga por dois jovens bastante simpáticos, J e M – amigos dela também.
Falávamos de amenidades, ríamos, brincávamos, quando um deles, J, saiu com um assunto havia muito esquecido por mim. Do nada começamos a falar do evangelho; de como Deus é poderoso para mudar os rumos da vida de um jovem – por mais desviado que esteja; das consequências de uma vida longe dos caminhos do Senhor etc. Falamos do sacrifício vicário, do arrebatamento da Igreja, dos destinos do homem sem Deus... Por fim, J me convidou a estar com eles no Culto de Mocidade do domingo seguinte (20/9/87) ao que assenti de pronto, apesar dos comentários zombeteiros daquela amiga – crente, diga-se de passagem.
Aquele seria de fato o dia mais importante de minha vida. Em 20 de setembro de 1987 aceitei a Cristo como meu único e suficiente Salvador. E sabe quem estava lá do meu lado de joelhos diante daquele púlpito? Aquele que me fizera o convite.
Soube posteriormente pela boca dos próprios jovens que ambos já haviam sido vítimas do pecado de sodomia e que lutavam constante e diuturnamente contra as paixões da carne. Juntos passamos a orar pela libertação daqueles moços; íamos aos cultos matutinos; louvávamos ao Senhor em nossas casas; líamos e estudávamos a Bíblia a cada novo encontro... Conquanto estivessem libertos na ocasião, anos mais tarde não resistiram às tentações e se deixaram levar novamente pelas velhas práticas pecaminosas. Hoje ambos estão desviados. J vive assumidamente como travesti.
Rogo constantemente pelas vidas destes moços, a quem amo no Senhor. Ambos foram à época as ferramentas que o Pai Celestial usou para me conduzir ao caminho da Verdade.
2) Já no ano de 1990 quando comecei a trabalhar na empresa IOB Informações Objetivas conheci um jovem já bem mais velho – eu tinha 17, ele 32~34 – que morava com um companheiro do mesmo sexo (ainda mais velho) e que se orgulhava de declarar isso aos quatro ventos.
L era um rapaz alegre (gay na mais inglesa acepção da palavra), muito extrovertido, um excelente profissional, mas extremamente “desbocado”. Dele ouvi as maiores “bizarrices” que um ser humano pode praticar quando o assunto é sexo. Mas não fiz por menos... Aproveitei todas as oportunidades que tive para apresentar Jesus àquele jovem. Lembro-me de algumas vezes ter percebido um marejar de lágrimas em seus olhos enquanto descrevia o grande amor de Deus por sua vida.
L tinha tido sua adolescência duramente violentada pelas crueldades de um pai carrasco. Certa vez foi pego com o vestido da mãe – a quem idolatrava – e foi expulso de casa. Por vezes se referia ao companheiro como o pai que nunca tivera... Passei onze meses ao lado daquele bom amigo, que por sinal, foi quem me deu “boas dicas” de como conquistar a mulher amada.
Naquele mesmo ano, após uma surpresa de aniversário eu conquistei de vez o coração da mulher que viria a ser minha fiel companheira. L só soube disso anos mais tarde, quando um dia o encontrei na rua e contei a boa-nova. Nunca mais tive notícias daquele rapaz, hoje um quinquentão... Rsss! Ainda oro por ele.
3) Em 1991, já noivo, conheci um rapaz por nome R que assumiu a chefia da recepção do hotel onde trabalhava como recepcionista noturno. R era um jovem de vinte e poucos anos muito bonito, elegante, extremamente discreto e respeitoso – tímido até.
Tal era a sua discrição que nunca ninguém se atrevia fazer qualquer comentário ou brincadeira concernente a sua sexualidade, conquanto houvesse no setor outros jovens declaradamente homossexuais.
Um dia, estando de plantão no hotel, R saiu com a seguinte indagação: “O que você pensa a respeito das pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo?” Ela sabia que eu era crente em Jesus Cristo – por vezes havia falado do evangelho para ele. Mas aquele foi um dia especial.
Abri minha Bíblia ali mesmo e por mais de uma hora discorremos sobre o capítulo 1 da epístola paulina aos Romanos. Falamos ainda da criação, da queda adâmica, do dilúvio, de Ló, das revelações de João, dentre outras passagens importantes da Bíblia Sagrada. Confesso que nunca tinha visto alguém tão sedento da Palavra como aquele jovem. Dei-lhe de beber!
Pela primeira vez ouvi R assumir sua homoafetividade. Disse que havia rompido um noivado de anos por causa de uma paixão por outro rapaz e que a noiva abandonada tentou até suicídio ao saber do caso... Nunca mais ele teve um relacionamento heterossexual.
R demitiu-se mais tarde do hotel e nunca mais tive notícias suas. Ainda oro por aquele amigo.
Ao longo dos 15 anos posteriores trabalhando na hotelaria tive o privilégio de conhecer centenas, talvez milhares de pessoas que como os acima citados passaram em algum momento de suas vidas por experiências homoafetivas ou homossexuais, mas que tinham dentro de si um desejo enorme de serem alcançados e aceitos pelo Amor de DEUS. O que fiz? Apresente-lhes Jesus. Falei do Amor de Deus e da Sua justiça. Falei da Esperança da Glória. Falei de Santidade ao Senhor. Falei do propósito da criação. Falei de pecado. Falei de perdão.
Se isso é ser HOMOFÓBICO, me perdoem os ofendidos, mas eu “to pra” conhecer um cara mais HOMOAFETIVO que eu... E enquanto o Senhor me permitir vou prosseguir falando do Evangelho, sempre pronto para dar a quem quiser saber, qual a razão da minha esperança. (conf. 1Pe 3:15)
Prossigo para o Alvo... Fp 3:14
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
MINHAS EXPERIÊNCIAS HOMOAFETIVAS...
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2 comentários:
Parabéns, continue firme e forte, Deus é contigo. Paz!
Paz, Rô...
Valeu pelas palavras de apoio... Sempre que sentir vontade dê uma passadinha por aqui e deixe seus comentários...
Deus a abençoe.
Robson
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