Rádio Rhema Online

sábado, 27 de fevereiro de 2010

MIM AJUDA AÊ, PÔ!

“Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!”

(Trecho do soneto Língua Portuguesa, de Olavo Bilac)


Dominar o vernáculo em todas as suas variantes é algo praticamente impossível para um “blogueiro” ordinário, como a maioria de nós.

Entretanto
, em que pese o fato de o ambiente virtual por vezes requerer o uso de neologismos, como “blogueiro”, por exemplo, nada justifica o desleixo com a norma culta, especialmente por parte daqueles que desejam ser "vistos" e lidos na “blogosfera”.

Não é raro
encontramos alhures editores de blogs que se utilizam de expressões esdrúxulas, burlescas e por vezes nauseabundas sob o pretexto de que a “informalidade” dos blogs faculta o uso inadequado do vernáculo. Ledo engano!

O uso prosaico
dos inescusáveis vícios de linguagem, como o “gerundísmo” norte americano do qual as principais vítimas são justamente os que maior necessidade têm de instrumentalizá-la – a língua –, nos causa arrepio e especial aversão. A esse respeito “vamos estar falando” em outra oportunidade.

É bem verdade
, porém, que muitos não tiveram ao longo de suas vidas - reflexo de uma educação precária – a oportunidade de desenvolver um vocabulário mais acurado, alinhado, de bom gosto.

Por sua vez
, com o advento da internet, o crescente fluxo de informações e a facilidade de acesso a glossários virtuais e páginas de auxílio a novéis escritores, não há mais de se falar em “inguinorância”. Todos podem, dentro de suas limitações, desenvolver e acrescentar ao próprio léxico palavras antes incompreensíveis – alienígenas!

E nem é preciso
tornar-se um Bilac*, ou um Cipro Neto**, se não apenas recorrer, sempre que necessário, ao bom e “velho” dicionário.

Os nossos olhos agradecem!

Prossigo para o Alvo... Fp 3:14


* Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac – Jornalista, escritor, educador e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras, autor do Hino à Bandeira e membro-fundador da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Foi reconhecido como o “príncipe dos poetas brasileiros”.


** Pasquale Cipro Neto – Professor de português, consultor de língua portuguesa para o jornalismo escrito e televisivo, colunista de dois jornais paulistanos, autor e co-autor de diversas obras literárias, palestrante, idealizador e apresentador do programa Nossa Língua Portuguesa, transmitido pela Rádio Cultura AM e pela TV Cultura, e do programa Letra e Música, da Rádio Cultura AM.

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