Rádio Rhema Online

quarta-feira, 18 de junho de 2008

"UNS-SÃO" SEM LIMITES...

Há tempos temos visto e ouvido falar dos ditos movimentos “neo-pentecostais” adotados por uma infinidade de igrejas, os quais são manifestados através de uma série de demonstrações de “poder”, convencionalmente chamadas de “unção”.

Tais movimentos têm como pioneirismo o surgimento de um pseudo avivamento iniciado em 1994, na cidade de Toronto, Canadá, na Toronto Airport Vineyard Fellowship ("Comunhão da Videira do Aeroporto de Toronto"), igreja pastoreada por John Arnott e sua esposa Carol, também pastora.

Na ocasião, milhares de evangélicos de todo o mundo, incluindo pastores e líderes (segundo Arnott, mais de 30.000) foram ao Canadá para ver e receber a tal "bênção de Toronto", como ficou conhecido o movimento.

Que produzissem efeitos “super-naturais” em incautos cristãos já era de se esperar, mas que pastores e líderes se deixassem envolver nessa teia maligna é algo realmente lamentável.

Tradicionalmente, as Assembléias de Deus são consideradas “igrejas pentecostais”, e assim têm se comportado desde a sua fundação pelas mãos dos missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, conservando em seu credo e escopo doutrinário a crença e a busca pelas manifestações e operações miraculosas e maravilhosas do Espírito Santo, o qual opera segundo a sua vontade na vida dos fiéis, com Batismos com o Espírito Santo evidenciados com os dons de Línguas, Interpretações, Profecias, Fé, Cura, dentre outros.

Certo é que, mesmo as Assembléias de Deus no Brasil viram-se envolvidas por muitos dos movimentos supracitados, dentre os quais poderíamos destacar a “unção do leão”, a “unção do riso”, a “unção da queda”, a “unção do paletó”, os chamados “aviõezinhos”, “os movimentos corporais” etc., embora em menor intensidade e números de ocorrências.

Nesse sentido, muitos pastores e representantes das Assembléias de Deus ligadas a CGADB têm se pronunciado contrários à aceitação, apoio e divulgação de eventos, ministrações, estudos e outras campanhas pautadas sobre tais movimentos. Glória a Deus por isso!

Não obstante, e na contra-mão da tentativa de desarraigar e erradicar de uma vez por todas a atuação de famigerados profissionais de púlpitos de nossas igrejas, muitos crentes - inclusive pastores - ainda se mostram suscetíveis a aceitação de tais preletores em suas tribunas.

Movidos por campanhas prodigiosas, e “arvorando bandeiras” nas quais a pessoa de Cristo aparece de forma secundária (quando aparece), se auto intitulam apóstolos, ministros, pastores e bispos, sob quem repousam “toda a autoridade” e “todo o poder” que se possa imaginar. Algo realmente tenebroso!

Tais campanhas geralmente são rotuladas de forma a impactar as vidas e mentes mais fracas e sem um mínimo de esclarecimento teológico ou de intimidade sincera e diuturna com o Mestre. Em geral, crentes que pouco se ocupam da leitura das Escrituras e raramente participam de reuniões de oração e ensino, como as consagrações matutinas e a Escola Bíblica Dominical. Vivem uma vida totalmente desprovida de quaisquer compromissos ou disciplina cristã.

Isso tudo é muito vergonhoso, infame, ultrajante e por que não dizer blasfemo, já que a primazia do culto é a adoração ao Deus Verdadeiro e não uma busca desenfreada, irreverente e irresponsável por manifestações de “poder”. Aliás, em se tratando de cultos públicos, a maior e melhor das demonstrações do poder de Deus é o convencimento do pecador de que necessita de Cristo como seu único e suficiente salvador – papel primordial do Espírito Santo, por meio da pregação do Evangelho, “que é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...” Rm.1:16.

Recentemente testemunhamos a atuação de tais “profissionais” em um de nossos cultos, no qual o indivíduo se dizendo “cheio de poder” retirava a cada cinco minutos do bolso do paletó um frasquinho contendo um tipo de óleo ou essência com o qual molhava a palma da mão e lançando-se de mãos espalmadas sobre os rostos de obreiros e ministros presentes no altar bradava: “Receba Poder!”, lançando o indivíduo quase fora do assento.

Em dado momento chegou a solicitar um lenço de algum dos obreiros presentes, o qual foi oferecido (curiosamente) por um de seus companheiros (membro de sua caravana). Após recebê-lo, o pregador passou o lenço sobre sua fronte suada e retornando para o companheiro perguntou: “Você quer poder? Então segura aí!”, e arremessou-o contra o rosto daquele, que ainda de pé - na expectativa de que algo acontecesse -, caiu sobre o colo dos pastores em sua retaguarda, enquanto a platéia dava urros de vivas e aleluias. Uma coisa grotesca!

Estou certo de que muitos dos nossos pastores, bem como de nossos irmãos obreiros e membros como um todo, não corroboram com tais movimentos e, embora sujeitos às autoridades eclesiásticas constituídas, têm de alguma forma levantado suas vozes de protesto contra tais aberrações. Afinal, tudo tem limite!

Que o Senhor nos ajude a nos colocarmos como verdadeiros atalaias, profetas, protestantes, intercessores, mediadores em prol do Reino de Deus.

Prossigo para o Alvo... Fp.3:14

Recomendo a leitura também do artigo "Benção ou maldição de Toronto" de autoria do Pastor Ciro Zibordi.

1 comentários:

Eliseu Antonio Gomes disse...

Robson

Amado

Sem fazer defesa ou ataque contra ninguém... Apenas uma reflexão.

Concordo com o artigo. Temos que manter Jesus entronizado em nossos corações, e adorar a Cristo como único Senhor em nossos cultos de louvor a Deus.

Mas, sou um observador. E nessa característica, inerente, tenho pesquisado os alvos das críticas... Por nenhum motivo especial, apenas para satisfazer a mim mesmo, estar por dentro do assunto.

Posso estar errado nas conclusões do que tenho encontrado. Até o momento o que pude notar é que essas terminologias usadas nas críticas (“unção do leão”, a “unção do riso”, a “unção da queda”, a “unção do paletó”, os chamados “aviõezinhos”, “os movimentos corporais”)são invenções dos próprios críticos e não dos criticados.

Há, sim, alguns maneirismos. Por exemplo, o preletor mandar dizer diga para o irmão ao lado "eu amo você"; eu te abençoo em nome de Jesus"; "eu vejo anjos neste lugar" etc.

Na questão dos anjos, sempre atentei mais, para não fugir da acuracidade dos fatos. Notei que a frase sempre tinha a conotação de mesageiro trazendo a bênção de Deus. E isso não pode ser configurado como heresia. Não é.

Isto posto, fico me perguntando a razão dessa atitude quanto às invenções dos rótulos. São claras as intenções quanto a disposição em manter os costumes denominacionais. Mas, esse motivo justifica inventar rótulos, passar a idéia de que essas terminologias existem por iniciativas dos alvos das críticas?

Ademais, existe a questão das generalizações. Jamais podemos generalizar, tratando as partes como um todo. Não é porque uma parte esteja correta que tudo seja certo; e, não é porque uma parte seja falha que o todo seja condenável. É necessário examinar TUDO e reter o que é bom.

O nosso compromisso com Deus não está abaixo do compromisso com as convenções humanas,mesmo as eclesiásticas.

Abraço, na paz do Senhor.

Eliseu Antonio Gomes
http://belverede.blogspot.com/

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